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Motoristas das categorias C, D, E, poderão ter multas cumulativas a partir de 01 de julho caso não realizem o exame toxicológico

Motoristas com CNHs nas categorias C, D e E devem ficar atentos ao calendário de fiscalização; além da multa administrativa, por conta da perda do prazo de realização do exame, estarão sujeitos a multas cumulativas os que forem flagrados dirigindo sem realizar o exame após 30 dias do vencimento do prazo estabelecido

Foto: Divulgação

Condutores de todo Brasil com Carteira Nacional de Habilitação (CNH) nas categorias C, D e E, com vencimento entre março e junho de 2021, que não realizarem o exame toxicológico periódico dentro do prazo estabelecido pelo CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito), serão automaticamente multados em R$1.467,35, a partir de 1º de julho e podem ser penalizados com a suspensão imediata do direito de dirigir.

Segundo levantamento da Associação Brasileira de Toxicologia (ABTOX), cerca de 115 mil condutores têm até o dia 30 deste mês para realizar o exame e evitar a penalização, que pode acarretar um prejuízo de até R$ 170 milhões para a categoria.

Motoristas de vans, caminhões e ônibus devem comparecer ao posto de coleta laboratorial vinculado ao laboratório credenciado pelo DENATRAN. Além da multa de balcão (multa administrativa), ocasionada pela perda do prazo de realização do exame, estarão sujeitos a penalizações cumulativas aqueles que forem flagrados conduzindo veículo que exija habilitação nas categorias C, D e E sem realizar o exame após 30 dias do vencimento do prazo estabelecido.

Neste caro serão penalizados por cometer infração gravíssima, com atribuição de mais 7 pontos na CNH e suspensão do direito de dirigir por três meses, além de pagamento de nova multa no valor de R$1.467,35. O retorno do direito de dirigir está condicionado à realização de novo exame com resultado negativo após 90 dias.

A fiscalização, antes prevista para ser iniciada em 12/04/2021, foi prorrogada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) para dar mais prazo aos caminhoneiros e demais condutores das categorias C, D e E, em virtude do grande número dos que estavam com o exame pendente e dificuldades decorrentes da pandemia.

O novo calendário, divulgado em abril, foi escalonado conforme o vencimento da CNH e já está em vigor. No total, a exigência impacta mais de 10 milhões de condutores e faz parte da Lei 14.071, sancionada em outubro de 2020, estabelecendo que motoristas com CNHs nas categorias C, D e E, com idade inferior a 70 anos, realizem o exame toxicológico com periodicidade de 2 anos e 6 meses, a contar da data da emissão ou renovação da CNH.

O objetivo do Congresso com a exigência do exame periódico foi preservar vidas, já que os acidentes com veículos pesados causam grande número de vítimas. Estudo realizado pelo SOS Estradas, com 363 acidentes fatais, envolvendo um carro e um caminhão, registrou a morte de 17 ocupantes de caminhão e 605 nos automóveis.

Exame toxicológico

Chamado de exame toxicológico de larga janela, o procedimento detecta o uso regular de drogas pelo prazo mínimo de 90 dias anteriores à data da coleta da amostra. Pode ser feito com pelos ou fios de cabelo. ? A obrigatoriedade do exame passou a vigorar em março de 2016, com a Lei13.103/15.

A exigência impactou cerca de 12 milhões de condutores no Brasil e o exame passou a ser exigido para renovação e adição na CNH, exame intermediário da CNH, além do teste pré-admissional e de desligamento? de motoristas profissionais contratados em conformidade com a CLT.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), de março a julho de 2016, primeiros seis meses de obrigatoriedade do exame, o número de acidentes envolvendo caminhões nas estradas federais do Brasil diminuiu de 18 mil para 11 mil, o que representa uma redução de 38% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Levantamento realizado pelo Ministério Público do Trabalho, com exames toxicológicos realizados com motoristas profissionais das categorias C, D e E, registrou redução de 60% no índice dos condutores que testaram positivo para drogas comparando os exames realizados em maio de 2019 após três anos de aplicação do exame com 2015, último ano em que não era exigido.

Segundo dados da ABTOX, grande parte dos exames são comprados pelas mães, esposas e filhas dos motoristas profissionais. A principal motivação é evitar que o chefe de família ceda a tentação das drogas para suportar as pesadas jornadas. Dentre as drogas utilizadas, a cocaína predomina, com mais de 70% dos casos positivos. O chamado rebite atualmente gira em torno de 15% dos testes positivos.

No Brasil, o exame do cabelo é adotado há mais de 15 anos pelo Exército, Marinha, Aeronáutica e pelas Polícias Federal, Militar, Civil e Rodoviária Federal, além do Corpo de Bombeiros e da Guarda Municipal de vários Estados, com resultados comprovados.

ABTOX (Associação Brasileira de Toxicologia) Validar

Formada pelos quatro principais laboratórios nacionais de exame toxicológico de larga janela credenciados pelo Denatran – LABET, Toxicologia Pardini (Grupo Hermes Pardini), Laboratório DB Toxicológico e CAEPTOX – A Associação Brasileira de Toxicologia surgiu em prol do uso da tecnologia e conscientização para salvar vidas no trânsito. Criada em 2019, a ABTox atua em conjunto com órgãos públicos e privados com objetivo de demonstrar a importância e os benefícios de um trânsito mais seguro para a sociedade.

Fonte: Estradas