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O percurso do combustível até os postos de gasolina

CEO de transportadora de produtos perigosos ressalta os cuidados para o trajeto dessas mercadorias

Foto: Divulgação

Em todos os setores do mercado, há diversos riscos que podem afetar os profissionais e o local de trabalho. Nas atividades de logística, isso se torna ainda mais cauteloso quando é colocado em pauta o carregamento de materiais que se enquadram nas classes de produtos perigosos.

Quando ocorre um prejuízo financeiro, por exemplo, as empresas conseguem planejar estratégias para que possam se recuperar com o tempo. Em contrapartida, quando o dano é causado por produtos químicos, isso pode afetar em maior escala não só a vida humana, como a do meio ambiente também.

Por ser responsável pelo transporte de mais de 80% das cargas do país (exceto grãos e minérios), o modal rodoviário também é o mais utilizado no deslocamento de produtos perigosos. São, aproximadamente, 1,5 milhão de quilômetros de rodovias.

Tendo isso em vista, é natural que as pessoas se perguntem como o combustível, um dos produtos mais perigosos transportados, chega até os postos de gasolina para a sua distribuição – afinal, com um grande risco de acidentes, a preocupação com a saúde e com o bem-estar do motorista e do meio ambiente é prioridade.

Seu processo se inicia com a extração do petróleo, que acontece em águas profundas, a até 7 mil metros de profundidade. Ao chegar nas refinarias, local onde os combustíveis são produzidos, o petróleo passa por uma série de processos químicos e físicos. As moléculas pesadas são purificadas e transformadas em partes menores, dando origem a diversos produtos, como gasolina, óleo diesel e gás liquefeito de petróleo.

Vale lembrar que esse processo de refinação vem passando por uma intensa operação de aprimoramento e modernização para que consigam oferecer sempre o que há de mais atual na produção do combustível.

Após esse sistema, os produtos são vendidos para distribuidoras que irão revendê-los aos consumidores em postos de distribuição. Para isso, há o processo de deslocamento entre o centro de acondicionamento das empresas de transporte de cargas perigosas até os postos de gasolina – atividade que deve ser realizada com muita cautela e atenção.

Para isso, Antonio Lodi, CEO da Transportadora Andrade, conta como é o percurso dessa mercadoria e os principais cuidados. “Durante o carregamento, deve-se armazenar o combustível em tanques devidamente homologados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), podendo ser de aço carbono ou de inox. Nos postos, os tanques normalmente são de aço carbono, muitas vezes revestidos de fibra de vidro para conter a corrosão. Pode-se utilizar tanques subterrâneos ou aéreos e, em ambos os casos, deve-se aplicar inspeções periódicas para certificar a condição de armazenagem”.

Além disso, ainda segundo o empreendedor, o transporte deve respeitar as normas previstas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), bem como ser realizado por uma empresa devidamente legalizada para esse serviço.

Com isso, a atenção se redobra também para as equipes que conduzem esses produtos tóxicos e altamente inflamáveis. Na Transportadora Andrade, a capacitação é primordial: “Todos os colaboradores envolvidos nesse serviço precisam ter cursos específicos que habilitam a condução das atividades e enfocam a segurança de cada um. Entre eles encontram-se o NR 20, o NR 35 e o MOPP (Movimentação de Produtos Perigosos)”.

Os motoristas que consideram trabalhar com esse tipo de transporte de cargas, precisam entender e saber todo o procedimento durante as atividades. É importante conhecer as nove classes de produtos perigosos, assim como as cores e os símbolos relacionados. Também é indispensável compreender a ficha de emergência, que contém telefones úteis e instruções diversas, e dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

No setor de transporte de cargas, cada processo, desde armazenagem até o percurso para a distribuição, é devidamente analisado, preparado e capacitado para ser executado com qualidade. O assunto produtos perigosos pode assustar, mas o cuidado e o profissionalismo devem ser fatores essenciais para priorizar a segurança de todos os profissionais envolvidos e do meio ambiente.

Por: Redação